segunda-feira, setembro 26, 2005

Degradação: (In)dispensável ?

O desejo do consumo alimentar por vezes entra numa fase de declínio devido à exclusão dos alimentos desejados. A degradação, na alimentação, é entendida pela altura ao qual o nosso paladar deixa de poder sentir o gosto pela vítima alimentícia.



Pois é, não se pode esquecer do desenrolar de instantes após a morte de qualquer ser vivo. Pensando nestas situações, a degradação é declarada como decadente, medíocre, quiçá dispensável.

A limitação da nossa visão impede que a infinidade de fenómenos que ocorrem a cada instante sejam observados. As proteínas são um caso desses "entes misteriosos" que preenchem e comandam o interior dos seres vivos.

Cartoon da hemoglobina, uma proteína bem conhecida e presente no nosso sangue
Por intuição sabe-se que os alimentos possuem um limite de consumo, mas os tais entes que estão para além da nossa visão também possuem o seu fim por motivos de inactividade, deficiência...surgindo a degradação! As possíveis consequências que afectam o nosso organismo poderão ser devidas à acumulação desta degradação de proteínas.
Por teimosia científica, este fenómeno não podia deixar de ser esquecido e tornar-se num potencial alvo de investigação. A degradação das proteínas foi sugerida pelo bioquímico Rudolf Schoenheimer (1898-1941) mas o primeiro indício de grande importância foi resultante da consciência brilhante de Avram Hershko juntamente com Aaron Ciechanover (estudante de doutoramento na altura). Este trabalho teve por base a descrição de uma via selectiva de degradação de proteínas existente em todos os seres vivos, valendo-lhe o prémio Nobel da Química de 2004.
Nomes como Parkinson e Alzeihmer não são muito bem vindos no nosso sentido de audição, assim como grande parte das doenças neurodegenerativas. Por vezes assuntos medíocres são a chave de resolução de enigmas como a prevenção ou mesmo cura destes sustos humanos.
Não podia deixar de ser estimulante e gratificante estar inserido no termo maléfico de degradação!!